Breve história do Clube de Desbravadores (1907-2025)

Por Ribamar Diniz | Mundo

O Clube de Desbravadores é uma das “atividades de caráter social ligadas à educação que a Igreja Adventista do Sétimo Dia desenvolve”; projeto importante, criado na década de 1950, “reúne jovens de 10 a 15 anos e promove uma série de ações ligadas à natureza e a trabalhos sociais”. A Revista Superinteressante esclarece ainda que, “apesar da observância aos princípios bíblicos, os clubes de Desbravadores não são só para adventistas.”i 

Por essa razão, o Brasil, por meio da lei nº 14.665, de 4 de setembro de 2023, instituiu o Dia Nacional dos Desbravadores, “a ser comemorado, anualmente, no dia 20 de setembro”ii, reconhecendo a relevância do programa para as crianças do país. Ao completar 75 anos (1950-2025), há muito a comemorar. A história do Clube de Desbravadoresiii pode ser dividida em cinco fases.

Sorrisos e decisões impactam e transformam a vida dos desbravadores. (Foto: Naassom Azevedo)

Iniciativas pioneiras para juvenis (1907-1927)

A primeira fase da história dos Desbravadores demonstra o interesse da Igreja Adventista do Sétimo Dia no discipulado dos juvenis. O ano de 1907 marca o início dessa fase, pois a Associação Geral criou a “Sociedade dos Jovens Adventistas do Sétimo Dia dos Missionários Voluntários”. Naquele ano, Baden-Powell, na Inglaterra, fundou o Escotismo, inspiração para o surgimento do “desbravadorismo”.

Após 1907, foi dada “atenção aos juvenis” por meio do Curso de Leitura para Juvenis (1908), da criação das “Sociedades dos Juvenis Missionários Voluntários” – JMV (1909), pela Associação Geral, a sede mundial adventista, que envolviam crianças e adolescentes de 10 a 15 anos e contavam com lições bíblicas, do Ano Bíblico Juvenil (1917) e do Manual para Juvenis, quando já havia 24.638 sociedades juvenis no mundo.

Esse programa era basicamente espiritual e, portanto, atendia parcialmente às necessidades dos jovens. Alguns meninos adventistas desejavam ingressar no Escotismo, porém algumas “atividades escoteiras conflitavam com as crenças e práticas adventistas, incluindo o culto sabático, a ida ao teatro, a dança, a dieta alimentar e as atividades missionárias.” Os JMV “precisavam de uma organização que proporcionasse atividades espirituais agradáveis e atividades seculares adequadas.”iv Depois de observar os escoteiros, os diretores organizaram clubes para acampamentos e trabalhos manuais, para suprir essa carência.

Clubes experimentais, incluindo o Woodland Clan, os Mission Scouts, os Takoma Indians e os Pals, surgiram em Takoma Park, Maryland, em 1911. Influenciado pelos escoteiros, Harold Lewis — que fundou os Pals — incorporou algumas de suas ideias, incluindo caminhadas e acampamentos, ao seu clube. Pouco se sabe sobre esses clubes, exceto que eles não estendiam a adesão a meninas. Alguns anos depois, Milton P. Robison, diretor do currículo normal do Union College, em Lincoln, Nebraska, decidiu experimentar o programa revisado do Departamento de Voluntários Missionários. Criou um clube chamado Boy Pals e adotou os jogos, caminhadas, fogueiras e atividades de artes e ofícios recomendados pelos líderes dos MVs.v

Em 1919, Arthur W. Spalding iniciou um dos primeiros trabalhos específicos para juvenis: os “Mission Scouts” (Escoteiros Missionários), desenvolvendo ideias fundamentais para os clubes atuais, como o voto, a lei e o lema (elaborados em 1921 por Spalding e Harriet Holt) base dos atuais. Um ano depois, Spalding e Holt implementaram as ideias básicas para o funcionamento dos futuros clubes.vi “O fato de Spalding ter adotado ideias dos Escoteiros é evidenciado pela semelhança entre o voto e a lei dos JMV e o Juramento ou Promessa e Lei Escoteira, encontrados no Handbook for Scoutmasters (Manual para Chefes Escoteiros)”.vii

Harriet Holt introduziu, em 1922, as primeiras Classes Progressivas MV (Amigo, Companheiro, Camarada e Guia Camarada). Outra iniciativa para juvenis foram os acampamentos de verão, realizados, primeiro na Austrália (1925) e depois nos Estados Unidos (1926). O pastor Grover Fattic, realizou o primeiro acampamento de verão em 1926, no Lago Town Line, Michigan. Wisconsin teve o primeiro acampamento em 1927, Illinois em 1928, e outras Associações seguiram os seus exemplos. Entre os primeiros líderes jovens desses acampamentos estavam: Arthur Spalding, I Smith, Grover Fattic, R. McKenzie, W. Holbrook Eldine W. Dunbar, F. G. Ashbaugh, Lawrence Skinner, Julio Leland Nelson, C. Leste Bond, Guy Mann, J. C. Nixon, e Joe Porter.viii

Os acampamentos infantis alcançaram grande êxito nos Estados Unidos, passando, segundo Penny A. James, por quatro estágios: 1) estágio recreacional: dos anos de 1860 a 1920; 2) estágio educacional: de 1920 até 1950; 3) estágio de orientação social e responsabilidade: de 1950 a 1970; 4) estágio de novas orientações: 1970 aos dias de hoje.ix Acampar era tão importante para a nação que o discurso de Ben Solomon, impresso em março de 1930 na revista Camp Life e intitulado “Acampamento como um Movimento Nacional” estabelecia “cinco abrangentes valores do acampamento: recreacional, de construção física, de formação do caráter, educacional e espiritual”, valores em sintonia com os ideias adventistas.x

O desenvolvimento dos clubes e sua assimilação pela igreja (1928-1945)

A segunda fase da história dos Desbravadores inclui a concepção de clubes, a escolha de um nome para o movimento e sua assimilação pela igreja. O ano de 1928 marca o início dessa fase, quando C. Lester Bond lançou os Méritos Vocacionais (hoje conhecidos como Especialidades) e, durante sua gestão (1928-1946), escreveu os primeiros manuais das Classes Progressivas.xi

Segundo Arnold Plata, os primeiros clubes, surgidos em 1927 e início da década de 1930, chocaram-se com o conservadorismo da época. Os mais velhos achavam que não era o tipo de recreação adequada aos jovens. “Foi determinado pela igreja que os clubes que continuassem a reunir-se seriam excluídos”. Durante cerca de uma década as atividades cessaram. Até que, em 1946, a ideia foi retomada com o surgimento de um clube no Sul da Califórnia. A partir daí o movimento cresceu até ser reconhecido pela igreja.xii

Uma das questões mais importantes no desenvolvimento dos clubes foi a escolha do nome. Tudo começou em 1928, quando Arthur Spalding contou histórias de pioneiros em volta das fogueiras cada noite. Uma dessas histórias era a respeito de “Jonh Fremont, um Desbravador”xiii, famoso explorador do Oeste dos Estados Unidos. O nome pegou e, a partir dali, passou a identificar o acampamento da Associação Sudeste da Califórnia e de seus participantes.xiv

O nome “Desbravador” chamou a atenção dos líderes jovens no sudeste da Califórnia, e no próximo ano um segundo acampamento aconteceu em Idyllwild, nas montanhas de San Bernardino. Em 1930, o local foi comprado pela Associação Geral e uma estrutura de acampamento de verão permanente foi construída sobre aqueles 6 hectares. O terreno foi batizado como Acampamento dos Desbravadores MVJ (Missionário Voluntário Juvenil).xv

Em 1930, John McKim, mestre escoteiro, decidiu atender às necessidades dos juvenis da Igreja Adventista de Santa Ana, na Califórnia, da qual era membro. Ele tinha na cidade uma unidade de escoteiros, mas acreditava que a igreja precisava do seu próprio clube. O doutor Theron Johson, um oftalmologista, membro daquela igreja, ofereceu sua casa para as reuniões. Os garotos se encontravam no térreo e as garotas no sótão. “Como o nome Desbravador era parte do vocabulário juvenil da região sudeste”, eles decidiram chamá-lo Clube de Desbravadores.

As coisas foram bem por um tempo, porém, alguns membros mais velhos da igreja, pensaram que as atividades do clube traziam o mundo para dentro da igreja e se opuseram a ideia. As atividades do clube eram similares aquelas dos Desbravadores de hoje: trabalhos manuais, jogos, estudo da natureza, ciclismo, excursionismo no campo, e muitos mais.xvi

Ainda em 1930, Lester e Ione Martin dirigiam um pequeno clube com a ajuda de Theron e Ethel Johnston na casa dos Johnston, na cidade vizinha de Santa Ana, Califórnia. Os dois clubes se reuniam mensalmente, usando as duas classes (Amigo e Companheiro), honrarias, um coral conjunto, tempo ao testemunho e a outras atividades semelhantes. “Devido à pressão exercida por alguns membros dessas igrejas que não entendiam o valor do que estava acontecendo, os clubes acabaram se dissolvendo”.xvii

Um evento importante em 1930, que contribuiria para o rápido crescimento dos clubes quando se tornassem oficiais, foi uma sessão de treinamento no Acampamento Wawona, no Parque Yosemite. Quarenta líderes jovens foram treinados para liderar os “acampamentos culturais”. O programa incluía atividades pioneiras, artesanato, estudo da natureza, caminhadas e acampamentos com equipamentos para pernoites, além de contação de histórias ao redor da fogueira, tudo isso tendo como pano de fundo o idealismo religioso e a fidelidade à igreja. “Eles recebiam a insígnia de Guia Sênior ou Líder” e retornavam às suas associações prontos para liderar os acampamentos.xviii

De 1931 a 1940, embora alguns clubes não recebessem apoio de igrejas, o programa foi adotado por outras associações. No início da década de 1940, “várias associações na América do Norte experimentaram um programa semelhante ao que temos hoje como Desbravadores”xix, por meio de clubes locais e acampamentos de verão.

Laurence Skinner, Diretor de Jovens no Noroeste do Pacífico, arriscou-se a perturbar o status quo e fundou os clubes “Traiblazer”, em 1942. Ele trabalhou com manuais que Henry Bergh desenvolvera na Califórnia e logo tinha vários clubes funcionando sob a égide geral da Sociedade JMV, mas com um escopo de atividade mais amplo. O cenário estava pronto para o próximo passo.xx

A organização e oficialização do Clube de Desbravadores (1946-1960)

A terceira fase da história dos Desbravadores abarca seu reconhecimento pela Igreja Adventista do Sétimo Dia como um programa oficial para juvenis, em escala global. Essa fase começa em 1946, quando Jonh Hancock tornou-se Diretor de Jovens da Associação Sudeste da Califórnia. Assimilando ideias dos clubes existentes, Hancock decidiu conduzir um programa similar. Após os acampamentos daquele verão, uma experiência marcante inspirou Hancock a ir além de um programa sazonal.

[...] uma mãe veio ao meu escritório e disse: “Pastor Hancock, eu gostaria que o acampamento de verão durasse o ano todo”. Bem, fiquei um pouco surpreso por este comentário, e disse que tinha certeza que os conselheiros estavam felizes porque o acampamento ‘não’ tinha durado o ano todo [...] mas quando vi a expressão de ansiedade no rosto dessa mãe, perguntei: “Por que você deseja que isso aconteça?” Eu nunca me esquecerei da resposta. Ela disse “porque meu filho volta do acampamento para casa com a luz dos céus nos seus olhos”. Bem, a resposta dessa mãe me fez pensar: “Por que não pode o acampamento de verão, as atividades e o companheirismo durar o ano todo?”.xxi

Como Hancock conhecia o clube Trailblazer do pastor Skinner, convidou Stan Jefferson, da igreja de River Side, onde eram membros, a iniciar um clube para meninos e meninas de 10 a 15 anos. Hancock adotou o nome “Clube de Desbravadores”, pois não sabia que a Associação Geral não queria que o nome MVJ fosse modificado, e achou que, se Skinner tinha Trailblazers na União do Pacífico, ele poderia ter Desbravadores em sua associação, especialmente porque o nome fora preeminente na história do Ministério Jovem.

Hancock projetou, com Francis Hunt, o emblema triangular dos Desbravadores e desenvolveu um programa de honrarias que reconhecia a aquisição de conhecimento e habilidades em diversas áreas.xxii Ele decidiu, desenhar um emblema de manga para o novo uniforme do clube. Eu não queria que os Desbravadores fossem outra tropa de garotos escoteiros, mesmo que os escoteiros tivessem sido muito bondosos com C. Lester Bond e outros, deixando-nos usar muito de seu material e o Manual de Escoteiro.

Ele queria que os Desbravadores fossem centralizados em Cristo, então pensou em como este emblema deveria se parecer. Seria no formato de um triângulo, com três lados representando o espiritual, físico e aspecto social do desenvolvimento da criança. Colocou um escudo no centro para simbolizar a fé em Jesus e uma espada no topo do escudo para representar a Palavra de Deus.xxiii

No outono de 1946, o primeiro Clube de Desbravadores, patrocinado por uma Associação, fez sua estreia na igreja de Riverside. Eram mais ou menos 15 meninos. Foi ensinado uma classe de Líder para os conselheiros. Lawrence Paulson reproduziu a ideia e, após um ano, já tinha 150 membros em Glendale. De 1947 em diante, ele organizou 11 clubes em igrejas das Associações Sudeste e Sul da Califórnia e deu cursos de Liderança por toda a América. Após os clubes de Riverside e Glendale, outros apareceram e, até 1948, as Associações do Sul da Califórnia e Central da Califórnia incentivaram a formação de clubes, surgindo mais 23 clubes somente na Associação Central da Califórnia.xxiv

Em 1947, o pastor Skinner, Diretor de Jovens da Associação Geral, contactou J.R. Nelson, diretor de jovens da União do Pacífico, pedindo que ele reunisse seus diretores jovens da Associação local na União do Pacífico para desenvolver essa ideia do clube de Desbravadores. “Então, a partir de 1947-1950, essa ideia desenvolveu-se com muito sucesso e rapidez.”xxv

A atuação de Hancock, nessa fase de organização, foi fundamental, pois ele desenhou um logotipo — o triângulo; pediu a seu colega, Henry Berg, que compusesse uma música apropriada para tal organização (1949) e combinou o triângulo com um desenho adicional e pediu a Helen Hobbs que costurasse, e assim nasceu a Bandeira dos Desbravadores.xxvi

Finalmente, o Clube de Desbravadores foi aprovado pela Assembleia da Associação Geral de São Francisco, no dia 24 de agosto de 1950, como um programa mundial para todas as igrejas adventistas. Os diretores de jovens de todo o mundo aceitaram o conceito, voltando para seus campos para implantar o programa, com o incentivo de Lawrence Skinner, nomeado o primeiro líder mundial de Desbravadores (1950-1963). No outono de 1950, Skinner convidou Lee Carter e Jonh Hancock a Washington, sede da Associação Geral, onde, por três semanas, eles prepararam o Manual do Desbravador e um pequeno livro - “Como começar um Clube de Desbravadores”.xxvii

Como parte dessa oficialização, foi adotada a bandeira dos Desbravadores (1950); realizada a primeira Feira dos Desbravadores (1951); adotado o Hino oficial dos Desbravadores (1952), criado o Dia Mundial do Desbravador; publicada a Revista Junior Guide; organizado o primeiro Campori de Desbravadores (1953), na Associação Sul da Nova Inglaterra, Ashbumham, MA e finalmente o primeiro Campori de União (1960), na União do Pacífico, em Lone Pine, Califórnia.

Em 1958, foram acrescentadas as Classes Progressivas MV e o Manual de Líder foi revisado, acompanhando uma tendência a partir da oficialização, em que diversos materiais foram avaliados e aperfeiçoados para serem implantados a nível mundial. Nessa época, em 1957, existiam, “nos Estados Unidos, 717 clubes, com 14.422 membros, dirigidos por 3.527 líderes adultos”.xxviii

A expansão global dos Desbravadores (1960-2025)

A última fase da história dos Desbravadores relaciona-se a implantação de clubes em todas as Divisões e Uniões e seu rápido crescimento. A fase começa em 1960, quando “as Associações regionais levaram os clubes de desbravadores a se expandirem.”xxix

Vários fatores contribuíram para o crescimento no número de clubes e participantes. Com o endosso da Associação Geral, as Divisões e Uniões estabeleceram o Departamento e o incluíram em seu planejamento. Além disso, o currículo do Clube foi ampliado, com o aperfeiçoamento das seis classes regulares e seis avançadas, além da Classe de Líder e Especialidades. Em 1966, foi acrescentada a Classe de Pioneiro e, em 1982, a Classe de Excursionista entre as Classes de Pioneiro e Guia, completando o currículo.

Uma oportunidade de divulgação foi a participação dos Desbravadores no famoso Desfile das Rosas, entre 1991 e 1994, com carros alegóricos decorados, em Pasadena, na Califórnia. Estima-se que 700 milhões de pessoas conheceram o nome Adventistas do Sétimo Dia por meio da televisão em 1991 e 1992. Em 1993, a cobertura de televisão foi estendida à China, elevando o público a um bilhão. Que alcance tremendo!xxx

Algo que contribuiu com essa expansão foi a nomeação dos líderes mundiais por longos períodos, o que permitia o desenvolvimento dos projetos em escala global, além da criação de uma consciência de família global. Em 75 anos, apenas nove pastores serviram nessa função (média de 8,33 anos).

Lawrence Skinner (1950-1963); Jonh H. Hancock (1964-1970); Léo Ranzolin (1970-1980); Mike Stevenson (1980-1986); Malcon Allen (1986-1996); Robert Holbrook (1997-2005); Jonatan Tejel (2005-2017); Andreas Peralta (2018-2025) e Pr. Alfred Kwasi Asiem(2025-).

O fato de alguns desses líderes, como Hancock e Ranzolin, terem servido também como líderes mundiais do Departamento de Jovens, facilitou ainda mais esse processo de crescimento.

“Durante a década de 80 a organização dos desbravadores triplicou o número de seus membros além de ter conseguido um alto nível de eficiência com amplos interesses e entusiasmo...”xxxi Desde a queda do Comunismo, em 1989, os clubes de Desbravadores foram formados em países do leste europeu, e da ex-União Soviética. Em 1993, Malcon Allen estimou que havia “mais de um milhão de desbravadores”xxxii.

A nomeação de Léo Ranzolin foi fundamental nessa fase. Em 1986 o Brasil, seu país de origem, já era “o maior país Desbravador do mundo” e São Paulo, em 1988, a cidade “com mais desbravadores” que qualquer outra.xxxiii O primeiro Campori de Divisão (Suécia) e o primeiro filme foram produzidos (1971). A cobertura da mídia sobre o crescimento do "desbravadorismo” tornou-se “fenomenal”. Graças ao dinamismo do Pastor Robert Holbrook, em 1990, as classes foram “remodeladas”, as de Líder Máster e Líder Máster Avançado foram criadas e vários manuais foram revisados.

A Divisão Norte-Americana passou a realizar, desde 1994, um Campori Internacional, sempre nos Estados Unidos. Com exceção do primeiro e do último, esses megaencontros têm acontecido em Oshkosh, Wisconsin, e reúnem milhares de desbravadores de dezenas de países.

Desde o começo, o Clube de Desbravadores vem crescendo. Em 1927, havia 1.075 participantes; em 1949, subiu para 1.688; em 1953 o número chegou a 21.624; em 1970, 58.371, em 2.768 clubes; em 1991, havia aproximadamente 700 mil desbravadores; em 1993, o número de desbravadores chegou a um milhão, em 40 mil clubes; em 2005, cerca de dois milhões, espalhados em 90 mil clubes.

Atualmente existem 65.971 clubes em 160 países, com 1.644.417 mil membros. Desse total, 13.061 clubes e 373.082 membros, estão na Divisão Sul-Americana, representando 22,68% do total no mundo.xxxiv

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Ribamar Diniz é doutorando em Teologia Sistemática (UAP), mestre em História (UNIFAP) e especialista em Missão Urbana (SALT/FADBA), atuando como pastor na Associação Norte do Pará e Professor visitante na Faculdade Adventista da Amazônia (Faama).

i Revista Superinteressante, edição especial sobre Religiões, dezembro de 2003, pp. 48, 51.
ii Diário Oficial da União, publicado em: 05/09/2023. Edição: 170, seção: 1, p. 1. Lei nº 14.665, de 4 de setembro de 2023. Disponível em: https://www.in.gov.br/web/dou/-/lei-n-14.665-de-4-de-setembro-de-2023-507741089. (Acesso: 09 de novembro de 2023).
iii Sobre a história dos Desbravadore veja: The Youth Department Team, The Pathfinder History: A Brief History Pathinfer Club Ministry (Lincoln, NE: AdventSource, 2019); John Hancock, Pathfinder History, (Lincoln, Nebraska: NAD Pathfinder Ministries, 1994); John Hancock, A história dos Desbravadores (Porto Alegre: União Sul Brasileira, [2000]); Willie Oliver, We are the Pathfinders strong: The first fifty Years (Hagerstown, Maryland: Review & Herald Publishing Association, 2000); Gavel Melbourne, “The Pathfinder Club in North America: 1911-1966”. In: Adventist Heritage, volume 8, number 2, 1983, 33-47. Disponível em: https://documents.adventistarchives.org/ScholarlyJournals/AH/AH19831001-V08-02.pdf. Acesso: 12 de setembro de 2025.
iv Gavel Melbourne, “The Pathfinder Club in North America: 1911-1966”. In: Adventist Heritage, volume 8, number 2, 1983, 34.
v Melbourne, “The Pathfinder Club in North America”, 1983, 36.
vi Bíblia Desbravador Amigo. 1ª ed. (Barueri, São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2000), Auxílio, 6.
vii Melbourne, “The Pathfinder Club in North America”, 1983, 36, 37.
viii Hancock, História dos Desbravadores, 6.
ixLance W. Ozier, “Paisagens de Aprendizagem: acampamentos norte-americanos de verão e suas possibilidades educacionais Educação, Santa Maria, v. 42, n. 2, p. 267-284, maio/ago. 2017. Disponível em: http://educa.fcc.org.br/pdf/edufsm/v42n2/1984-6444-edufsm-42-02-00267.pdf. Acesso: 12 de setembro de 2025.
x Ozier, “Paisagens de Aprendizagem: acampamentos norte-americanos de verão e suas possibilidades educacionais”, 267-284.
xi The Youth Department Team, The Pathfinder Story, 2019, 5.
xii Revista Adventista, agosto de 2002, 37.
xiii Hancock, História dos Desbravadores, 6.
xiv A história do Clube aparece em Diniz e Alves, 150 años de Conducción Divina, pp. 86-93.
xv Hancock, História dos Desbravadores, 6. The Patfhinder History, 6.
xvi Hancock, História dos Desbravadores, 7.
xvii The Young Ministry Teem, The Patfhinder History, 7, 8.
xviii Departamento de Educação da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia. História de Nossa Igreja. 1ª ed. (Santo André, São Paulo: Casa, 1965), 471.
xix Departamento de Jóvenes de la Asociación General, Nuestra herencia: Historia de la Iglesia Adventista para el Ministerio Joven (Buenos Aires, Argentina: ACES, 2005), 84.
xx The Young MInistry Teem, The Patfhinder History, 8.
xxi Hancock, História dos Desbravadores, 8.
xxii Shultz, “Hancock, John Henry (1917–2001)”. ESDA. Disponível em: https://encyclopedia.adventist.org/article?id=39F2. Acesso: 12 de setembro de 2025.
xxiii Hancock, História dos Desbravadores, 8.
xxiv Shultz, “Hancock, John Henry (1917–2001)”. ESDA. Disponível em: https://encyclopedia.adventist.org/article?id=39F2.
xxv Hancock, História dos Desbravadores, 10.
xxvi The Young Ministry Teem, The Patfhinder History, 9.
xxvii Hancock, História dos Desbravadores, 11. The Young Ministry Teem, The Patfhinder History, 10.
xxviii Revista Adventista, dezembro de 1957, p. 30.
xxix Hancock, História dos Desbravadores, 11.
xxx Hancock, História dos Desbravadores, 12, 13.
xxxi Desbravador, vol.7 Manual para o Desenvolvimento do líder, 1° Edição (Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira), 1.
xxxii Hancock, História dos Desbravadores, 15.
xxxiii Revista Adventista, novembro de 1988, 40 e Revista Adventista, maio de 1986, 13.
xxxiv Estatísticas detalhadas em https://clubes.adventistas.org/br/. (Acesso: 15 de setembro de 2025). Anne Seixas, “Clube de Desbravadores e Aventureiros atinge a marca de meio milhão membros na América do Sul”. Notícias Adventistas. Disponível em: https://noticias.adventistas.org/pt/clube-de-desbravadores-e-aventureiros-atinge-a-marca-de-500-mil-membros-na-america-do-sul/. Acesso: 16 de setembro de 2025.