Programa JA: O sorriso de Daniel

"Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado; ele salva os de espírito oprimido" - Salmo 34:18

LOUVOR: Seja o Centro (Adoradores 4); Intensamente (Adoradores 5); Não há Alguém (CD Jovem 2014)

TESTEMUNHO

Daniel (nome fictício) tinha 19 anos e era a alma do grupo. Ele sempre fazia seus amigos rirem com suas piadas e parecia ter sua vida bem planejada.

Bom aluno, esportista e querido por todos, ninguém imaginaria que, por trás de seu sorriso, ele escondia uma profunda tristeza.

Tudo começou em silêncio. Primeiro, o cansaço que parecia nunca ir embora, depois a falta de interesse em coisas que costumavam animá-lo. Ele parou de tocar violão, algo que adorava, e passava cada vez mais tempo sozinho em seu quarto. Seus amigos o convidavam para sair, mas ele sempre encontrava uma desculpa. “Estou ocupado”, “talvez da próxima vez”, “estou cansado”, dizia ele com um sorriso que, embora parecesse sincero, escondia uma dor indescritível. Em casa, seus pais achavam que era apenas estresse da faculdade. “Ele só precisa descansar”, pensavam. Mas, em seu interior, Daniel sentia um vazio impossível de ser preenchido. Ele se sentia sozinho, embora estivesse cercado de pessoas.

Certa noite, sentado em sua cama, ele verificou o celular. Mensagens não respondidas, chamadas perdidas. Ele não queria falar com ninguém. Sentia-se um fardo para os outros, como se sua presença não tivesse importância. No dia seguinte, sua melhor amiga, Laura, notou algo diferente nele. Não era a primeira vez que ela via seu olhar distante, mas dessa vez havia algo mais... uma ausência. Ela decidiu falar com ele: “Dani, você está bem? Você parece diferente ultimamente”. Daniel sorriu, mas, dessa vez, sua voz tremeu um pouco: “Sim, só estou cansado. Não é nada”. Laura o encarou e, em seu coração, sentiu que algo não estava certo. Não estava satisfeita com a resposta dele, ela perguntou: “Tem certeza? Você sabe que pode falar comigo, certo?”. Daniel olhou para baixo. Ninguém nunca havia dito isso a ele antes. Ninguém havia insistido em ouvir sua dor. Naquele momento, algo dentro dele se rompeu e ele começou a chorar: “Não sei o que há de errado comigo, Laura. Sinto-me vazio, como se nada fizesse sentido”.

Aquele dia mudou tudo. Laura convenceu Daniel a procurar ajuda. Com o tempo, ele recebeu apoio psicológico e descobriu que não estava sozinho. Ele aprendeu que sua vida tinha valor, que sua dor não o definia e que Deus nunca o abandonara, mesmo em seus momentos mais sombrios.

Hoje, Daniel compartilha sua história para ajudar outras pessoas. Porque ele entendeu que a depressão nem sempre é visível e que, muitas vezes, aqueles que mais sofrem são os que menos demonstram isso.

Às vezes, as pessoas que parecem mais felizes são as que enfrentam mais dificuldades internas. Quantos “Danis” existem ao nosso redor? Quantos amigos, irmãos, primos ou colegas podem estar precisando de ajuda sem que percebamos?

ORAÇÃO INTERCESSORA

Hoje oramos pelas pessoas que estão passando por depressão. Pelo seu amigo que você notou, que se retrai, que não gosta mais do que antes amava, que sempre parece “cansado” ou “estressado”. Que Deus nos ajude a não ignorar os sinais e que possamos estender a mão para esse coração perturbado.

MENSAGEM

Setembro, conhecido como “Mês Amarelo”, é dedicado à prevenção do suicídio.

É um momento para aumentar a conscientização sobre a importância de falar abertamente sobre saúde mental e oferecer apoio àqueles que precisam. O suicídio é uma realidade alarmante em nossa região – como identificar os sinais de uma pessoa em risco de suicídio e como ajudar? A depressão e o risco de suicídio nem sempre são fáceis de perceber, mas há sinais de alerta que podem nos ajudar a identificar alguém que está em risco. Aqui estão alguns deles:

Mudanças de comportamento:

• Afasta-se de amigos e familiares.
• Perde o interesse em atividades que antes apreciava.
• Apresenta mudanças drásticas de humor.
• Torna-se mais irritável ou agressivo sem motivo aparente.

Expressões de desesperança:

• Diz frases como “Não vale a pena”, “Estou cansado de tudo”, “Não quero continuar assim”, “Gostaria de desaparecer”.

Mudanças nos hábitos diários:

• Dormir muito ou pouco.
• Perder o apetite ou comer demais.
• Negligenciar a higiene pessoal ou a aparência.

Presentes e despedidas inesperados:

• Dar pertences importantes.
• Despede-se de amigos ou familiares de maneira incomum.

Se você perceber esses sinais em alguém que você conhece, NÃO os ignore. Aqui estão algumas maneiras de ajudar:

• Converse com ele(a) abertamente. Pergunte com empatia: “Percebi que você não está se sentindo bem ultimamente, quer falar sobre isso?”. Não tenha medo de perguntar diretamente: “Você já pensou em se machucar?”. Falar sobre suicídio NÃO faz com que alguém o cometa; pelo contrário, pode ajudar a liberar a pressão.

• Ouça sem julgar. Não minimize a dor deles com frases como: “Tudo ficará bem”, “Há pessoas em situação pior do que a sua”, “Apenas anime-se”. Em vez disso, diga: “Estou aqui para você”, “Você não está sozinho”, “Eu me preocupo com você e quero ajudá-lo”.

• Incentive-o a procurar ajuda profissional.

•  Incentive-o a conversar com um psicólogo, conselheiro ou líder espiritual. Se ele estiver em perigo imediato, acompanhe-o a um centro de saúde ou entre em contato com um número de emergência.

• Incentive-o a se conectar com Deus e com sua comunidade. Lembre-o de que Deus está com ele, mesmo no escuro. Convide-o a participar das atividades da igreja ou a conversar com um pastor.

Como jovens, enfrentamos desafios únicos nos últimos tempos. A pressão acadêmica, as expectativas sociais, as dificuldades familiares e a comparação constante nas mídias sociais podem levar a sentimentos de inadequação e desesperança. É essencial reconhecer que não há problema em não estar bem. Buscar ajuda não é um sinal de fraqueza, mas de coragem. A Bíblia oferece conforto e esperança em momentos de angústia. Em Mateus 11:28, Jesus nos convida: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” Nosso Senhor compreende nossas lutas interiores e nos oferece Sua paz que excede todo o entendimento. Se é você quem está passando por isso, quero que saiba de algo importante: você NÃO está sozinho.

Deus o ama e tem um propósito para sua vida. A depressão não define quem você é.

Há ajuda disponível, e pessoas que querem ver você bem. Converse com alguém de sua confiança e não tenha medo de pedir ajuda. Sua vida vale mais do que você pode imaginar.

ESPÍRITO DE PROFECIA 

“O Consolador é nosso, tanto quanto deles, em todos os tempos e todos os lugares, em todas as tristezas e nas aflições todas, quando as perspectivas se apresentam escuras e desconcertante o futuro, e nos sentimos desajudados e sós. Essas são ocasiões em que o Consolador será enviado, em atendimento à oração da fé” (Para Conhecê-Lo, p.167).

MÃOS À OBRA

Louvor: Peça a dois jovens para dirigir o louvor com algum emblema amarelo.

Testemunho: Você pode começar perguntando: Você já conheceu alguém que se sentiu vazio e solitário, não importa quantas pessoas estivessem ao seu redor?

Oração intercessora: Forme duplas de oração com pessoas que nunca oraram juntas.

Mensagem: Você pode fazer uma breve dramatização baseada no testemunho deste tema como introdução.

Pr. Anthony Centeno – Líder de Jovens, Associação Peruana Central Este (APCE)
Profª. Karen Celestino – Psicóloga e terapeuta clínica