Programa JA: Quando o silêncio não é ouro
Verso: “Nisto serão conhecidos como meus discípulos, se tiverem amor uns para com os outros” (João 13:35).
LOUVOR
Descansar – CD Jovem 2008
O Poder do Amor – CD Jovem 1999
Descobrindo Amigos – CD jovem 2007
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TESTEMUNHO
Fernando Machado é um líder jovem na região de Maringá, PR. Ao visitar uma de suas bases G148, pude ouvi-lo contar sobre a triste experiência de ter convivido com 3 pessoas que cometeram suicídio. Embora parecessem estar bem, todas, em algum momento, deram sinal, mesmo que em tom de brincadeira, de que iriam se matar.
“Cão que ladra não morde” é uma expressão que não se aplica às pessoas que estão deprimidas ou possuem algum outro transtorno psiquiátrico. Por desconhecer ou ignorar os sinais emitidos pelas vítimas, muitos não conseguem ajudá-las a evitar uma tragédia.
Em 2016, Fernando recebeu uma ligação de madrugada. Era um amigo que, chorando muito, dizia ao telefone que Fernando era a última pessoa com que ele conversaria, pois já estava em frente da casa da namorada com a intenção de matá-la e depois se matar também. Fernando conversou com o amigo, enquanto orava a Deus pedindo que o Espírito Santo guiasse suas palavras. Depois de uma hora, o líder jovem convenceu o amigo a ir até a sua casa, onde passaram o restante da noite dialogando e orando. Felizmente tudo terminou bem. Hoje esse amigo está casado com aquela namorada e vivem bem e felizes. Pela providência divina, Fernando foi um instrumento de salvação.
ORAÇÃO INTERCESSORA
Ore por algum amigo que esteja passando por problemas emocionais, familiares ou espirituais. Peça a Deus sensibilidade para perceber a dor do próximo. Ore pelo projeto Quebrando o Silêncio, promovido em toda a América do Sul.
MENSAGEM
Dizem que o silêncio é ouro, mas é evidente que este provérbio não se aplica a todos os casos. Se em algumas situações o silêncio é sinal de sabedoria, em outras ele pode ser mortal. Em um mundo cheio de violência, milhares de pessoas se calam, intimidadas pelos atos de maldade muitas vezes ocorridos em sua própria esfera familiar.
Segundo pesquisa de 2014, feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), 70% dos estupros ocorridos no Brasil, são cometidos por parentes, namorados ou amigos/conhecidos da vítima, o que indica que muitas vezes o inimigo está dentro de casa. Crimes assim, em geral, são subnotificados, mas quando a vítima é do sexo masculino, o silêncio é ainda maior. Com base no Sistema de Informações de Agravo de Notificação do Ministério da Saúde (SINAM), estima-se que no mínimo 527 mil pessoas são estupradas por ano no Brasil e que desses casos, apenas 10% chegam ao conhecimento da polícia. Segundo psiquiatras, isso acontece por razões culturais e, principalmente, pelo constrangimento da pessoa em admitir o que lhe aconteceu.
Os traumas decorrentes dessa trágica experiência são devastadores para a autoestima e para o desenvolvimento saudável das vítimas, que em 70% dos casos, são crianças e adolescentes. Com absoluta certeza, não podemos ficar em silêncio diante de tal realidade, enquanto muitos sofrem também em silêncio. Abusos, violência sexual e outros tipos de hábitos destrutivos nos lares e na sociedade têm produzido uma geração doente emocionalmente e extremamente carente. Além disso, essa situação têm levado milhares de jovens à depressão e ao suicídio.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), no mundo inteiro, mais de 800 mil pessoas cometem suicídio a cada ano. Essa já é a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos. É um grave problema de saúde pública, de acordo com o relatório apresentado pela agência das Nações Unidas com base em dados de 2012. Esses números ficam ainda mais assustadores quando se observa que há um suicídio acontecendo a cada 40 segundos em todo o planeta.
Uma análise apurada dos índices de suicídio em vários países revela que esse mal não “escolhe” classe social, raça ou cor. Trata-se de um problema global e silencioso. Ao se considerar que para cada suicídio, houve, em média, 26 tentativas, conclui-se que esse grande problema pode ser evitado. De fato, segundo especialistas, de cada 10 mortes por suicídio, 9 poderiam não ter ocorrido, se tão somente as pessoas próximas dessas vítimas tivessem observado os sinais previamente apresentados e acionassem uma intervenção profissional imediata.
É importante lembrar que esse problema não tem uma só causa. Há uma série de fatores que levam alguém a acabar com a própria vida: fatores genéticos, psicológicos, socioculturais, econômicos. É importante salientar que 90% dos suicidas foram ou poderiam ter sido diagnosticados com algum transtorno psiquiátrico - sendo a depressão e a bipolaridade os transtornos mais comuns.
Segundo Júlio Pereira de Souza, mestre e doutorando em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, os 5 sinais mais evidentes de que alguém está considerando o suicídio são:
1) Tristeza profunda por vários dias;
2) Falta de interesse e planos para o futuro;
3) Falar frases como: Você estaria melhor sem mim ou Talvez eu devesse sumir;
4) Tentativas prévias de suicídio;
5) Doação de objetos valiosos sem explicação
Então, como ajudar? Em 1 Reis 19:1-20, a Bíblia apresenta instruções práticas de como agir ao lidar com pessoas deprimidas, que tenham pensamentos suicidas. O profeta Elias havia acabado de presenciar a manifestação poderosa de Deus em seu favor no Monte Carmelo. Por meio do Senhor, Elias havia derrotado 400 sacerdotes de Baal. No dia seguinte, entretanto, ele foi surpreendido por uma notícia que o abalou profundamente: a rainha Jezabel havia decretado sua morte. Com medo, Elias fugiu para bem longe, dando lugar ao desânimo e à depressão. Sua tristeza foi tão profunda que, após um dia inteiro andando pelo deserto, ele sentou-se embaixo de um zimbro e pediu para morrer. Ele estava cansado da perversidade do rei e do seu povo e por isso estava desistindo de sua missão e da própria vida.
A forma como Deus agiu com Elias é uma verdadeira aula de como devemos tratar aqueles que passam por situações depressivas e apresentam pensamentos suicidas. Resumimos o método divino em três importantes lições:
1) Não julgue. Não ofenda. Não culpe.
O anjo do Senhor (o próprio Jesus) foi ao encontro de Elias e não o condenou por sua falta de fé ou falta de coragem. Ele mostrou amor e preocupação por Elias. Sem falar nada, o Criador deixou Elias descansar e apenas providenciou, com carinho, pão e água para ele comer. O que as pessoas depressivas mais precisam é sentir que são amadas, aceitas e protegidas. O desejo de morrer já está associado a pensamentos e sentimentos de inferioridade e derrota e quando você julga, culpa ou ofende alguém por se sentir assim, só deixa tudo pior. Depressão não é falta de fé e não é frescura, é doença.
2) No primeiro momento, deixe a pessoa desabafar. Não se precipite em dar conselhos.
Amor e paciência são cura para a alma. Após dar um tempo para Elias se recompor, Deus se encontrou com ele no monte Horebe e, antes de dar qualquer orientação, deixou que ele desabafasse. Deus perguntou: O que fazes aqui, Elias? É como se Ele perguntasse: O que está acontecendo com você, amigo? Construa um ambiente de confiança e deixe a pessoa falar de seu sofrimento, pois nesse momento essa é a maior necessidade dela.
3) Envolva a pessoa em uma missão que dê sentido à vida e que responda suas inquietações.
Após ouvir o desabafo, Deus não concordou e nem rebateu os argumentos de Elias. De forma mansa e suave, Ele apenas o enviou para uma missão. Ao fazer o que Deus lhe pediu, Elias obteve as respostas de que tanto precisava. O fim dele não foi o suicídio e nem qualquer tipo de morte. Elias recebeu de Deus vida abundante e eterna.
A depressão é uma doença. Você e eu estamos sendo chamados hoje a falar abertamente e com amor sobre esse assunto, demonstrando compaixão e simpatia pelos que sofrem, e assim, ajudar a quebrar esse tabu.
Campanhas de prevenção contra a depressão e o suicídio têm sido feitas em diversos países, incluindo o Brasil, que é o 8º país do mundo com maior índice de casos registrados de suicídio.
O Setembro Amarelo é um exemplo das campanhas que têm ganhado força. Elas procuram conscientizar a população sobre esse grave problema e ao mesmo tempo promover canais de comunicação com as pessoas angustiadas, como é o caso do Centro de Valorização da Vida – 141 (CVV) que conta com profissionais e voluntários disponíveis 24 horas por dia durante todo ano, com o objetivo principal de ouvir as pessoas.
A campanha Quebrando o Silêncio também abraça essa causa e une forças para mudar essa terrível situação. Como cristãos acreditamos que, juntos, somos mais fortes e com a orientação da Palavra do Senhor, podemos fazer muito mais para salvar os jovens dos problemas deste mundo e guiá-los no serviço do amor.
ESPÍRITO DE PROFECIA
“Por ser o amor de Deus tão grande e inalterável, os doentes devem ser estimulados a confiar nEle e ficar animosos. Estar ansioso quanto a si mesmo tende a causar fraqueza e doença. Se eles se erguerem acima da depressão e da tristeza, será melhor sua perspectiva de restabelecimento; pois “os olhos do Senhor estão... sobre os que esperam na Sua misericórdia” (A Ciência do Bom Viver, p. 229).
MÃO NA MASSA
Louvor: Entregue a cada jovem um balão contendo, dentro dele, o nome de outro jovem que esteja no culto naquele momento. Peça aos participantes que encham os balões e depois de cantarem a primeira música, que o estourem para descobrir o nome que está dentro. Durante a música Descobrindo Amigos cada jovem deve cumprimentar este amigo e ao final orar com ele.
Testemunho: Ache um testemunho real de alguém que, como o Fernando, teve uma experiência ao ser usado por Deus para salvar um amigo com problemas. Mostre dados sobre o suicídio no Brasil e no mundo. Use PPT, vídeo ou cartazes e permita que essa parte introduza um momento solene de oração em grupos.
Oração Intercessora: Após a oração, envie uma mensagem de esperança via whatsApp para a pessoa que foi escolhida. Mande também uma foto do grupo segurando uma placa com a frase: Orei por você. Nós te amamos!
Mensagem: Para ficar mais didático e interativo, organize os jovens para encenarem o episódio de Elias, relatado em 1 Reis 19:1-20. Então o mensageiro “pegando o gancho” do teatro, entra fazendo as devidas explicações e aplicações do texto bíblico.
Fontes e referências:
OMS, National Institute of Mental Health, suicide.org; cvv. org.br;
Estudo epidemiológico brasileiro sobre suicídio - http://www.scielo.br/pdf/csp/ v25n12/1 ;
Matéria no blog Psiquiatria Online - http://wp.me/p2FYzU-iE; Ministério da Saúde, Matéria na BBC Brasil - http://www.bbc.com/portuguese/brasil-3967251; https://www.facebook.com/eurekka.me/posts/19394555196.